domingo, 27 de abril de 2008

Multiplicação e Divisão




MULTIPLICAÇÃO(PROPORCIONALIDADE):


Faria uma atividade usando três tabelas assim identificadas LEI DO 2, LEI DO 3, LEI DO 4. Colocaria na primeira coluna da primeira tabela o desenho do pratinho de sobremesa usado em aniversário, que eu uso há muitos anos para montar com eles as tabuadas. Na segunda coluna, da mesma tabela colocaria o desenho de dois palitos, número de palitos amarelos(unidades) que poderiam ser colocados em cada pratinho. E diria que na LEI DO DOIS só aumentaria o número de pratinhos(um a um) e sempre seria dois palitos de picolé em cada pratinho. Eles colocariam o total de palitos amarelos obtidos na contagem dos palitos ao lado de cada numeral que representa o número de pratos. Assim seria feito na tabela da LEI DO TRÊS(três palitos amarelos) e na tabela da LEI DO QUATRO(quatro palitos amarelos).


Quando chego nesse tipo de atividade de multiplicação com meus alunos, eles já sabem que ao conseguirem a soma de 10 palitos amarelos já trocam por 1 palito azul(dezena). Representam, então, após as devidas trocas, o numeral correspondente, por exemplo, assim 15 ( 1 dezena e 5 unidades) ou 21( 2 dezenas e 1 unidade).





DIVISÃO:


Certa vez, em minha escola, dada a dificuldade que as crianças apresentavam em divisão na 2ª série, algumas colegas achavam viável não trabalhá-la mais nas séries iniciais(1º e 2º).

Defendi, nessa oportunidade, que a dificuldade não estava na criança e sim no professor em desenvolver uma metodologia que facilitasse a construção do conhecimento da criança na operação de divisão nas séries iniciais. Essa prática pedagógica do professor deve promover a criatividade do aluno, levando-o a buscar saídas próprias para solucionar os problemas.

A criança soluciona com certa facilidade os problemas matemáticos que envolvem uma só operação, apresentando uma certa dificuldade em resolvê-los quando envolvem mais de uma operação.

Fatores que podem contribuir para aumentar essas dificuldades:

-Os problemas usados em sala de aula podem estar fora da realidade da criança;

-Falta de compreensão das proximidades que cada peração pode ter com a outra;

-A ênfase que o professor dá a um único tipo de solução, sem questionar a maneira que a criança pensa e o mais importante, sem socializar as várias formas encontradas em aula.

Acredito que nós professores tenhamos que confiar na capacidade cognitiva do aluno, colocando em nossa prática matemática uma boa pitada de paciência e sensibilidade. A matemática não é feita só de numerais. Afinal, estamos lidando com seres humanos, que tem o seu ritmo e seu jeito próprio de raciocinar e que possuem muito tempo pela frente.

Devemos ser mediadores e não pretensos detentores do saber. Muitas vezes, o próprio aluno nos mostra o caminho pedagógico que devemos seguir para construir seu conhecimento.

Quando lecionava na segunda série, trabalhava a divisão usando palitos de picolé, começando com os amarelos(unidades) em pratos plásticos de sobremesa de aniversário infantil.

Dizia a eles que deveriam dividir, repartir, distribuir a quantidade estabelecida em partes iguais. Um pratinho não podia receber mais do que o outro. Partia de uma história matemática simples:

"Mamãe fritou 8 bolinhos de chuva. Ela repartiu esses bolinhos em partes iguais entre seus 3 filhos.

Para cada filho mamãe deu...bolinhos. Quantos bolinhos mamãe não pôde dar? ... Por quê?............."

Ensino-os a fazer a frase matemática ( faço isso ao trabalhar todas as operações). Uso muito giz colorido e eles as canetinhas azuis e amarelas para os devidos registros. Parto do princípio, que já dominam unidades e dezenas e suas devidas trocas na base 10.

Fazia-os trabalhar em grupos de 4 elementos, porque assim as crianças socializam suas dúvidas e aprendizagens, sempre com a minha mediação. Sempre procuro estar atenta.

Cada grupo lançava mão dos 8 palitos amarelos(bolinhos) e 3 pratinhos de sobremesa(filhos).

E começavam a repartí-los igualmente um a um. Questionava-os:

-Quantos bolinhos ganhou cada filho?

-Quantos bolinhos a mãe não pôde repartir?...Por quê?

-No total, quantos bolinhos os filhos ganharam juntos?

-Se mamãe tinha 8 bolinhos e deu somente 6 bolinhos para seus filhos, quantos bolinhos restaram?...Por quê?...

-Vamos, agora, desenhar o que fizemos. Podem desenhar palitinhos e pratinhos ou bolinhos e filhos. Depois vamos juntos completar a frase matemática.



Após os devidos registros ou desenhos, continuava o questionamento:



-Nos pratinhos havia algum palito azul? Por quê?

-Não havia dezenas para dividir, prô Rose.

-Se dois bolinhos não foram repartidos, como chegamos a esse resto? (Deixar que socializem suas hipóteses no grupo).



Após alguns anos trabalhando assim com alunos de 2ª série posso dizer:

-Essa noções devem ser tratadas com paciência e de modo prazeroso para que as crianças não percam o interesse e o foco.

-Ela deve ser parte integrante e pensante desse processo.

-Aquilo que não pôde ser alcançado, hoje, pode tranqulamente ser o ponto de partida de amanhã.



"...os erros podem informar tanto a respeito das dificuldades que um aluno apresenta para dominar procedimentos técnicos ou estratégicos, como o tipo de teorias ou crenças com as quais ele lida em determinado momento." (Pozo, 1998mp.65)



Trabalho a divisão durante muito tempo somente através das frases matemáticas, dismistificando o uso do resto, fazendo-os entendê-lo através da subtração. Levo algum tempo nesse processo para começar a armação da divisão em si.



"...ninguém pode aprender da experiência do outro, a menos que essa experiência seja de algum modo revivida e tomada própria." (Bondía, 2002, p. 27)

Um comentário:

Aventuras em Sala de Aula disse...

Oi Rose
Também utilizo o método concreto para introduzir a divisão e dá muito certo mesmo... é quando começa a utilizar a dezena e unidade separadamente é que dá o rolo...
Bjs.