sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Sou Professora
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Eu fiz um trabalho em PowerPoint, sem dificuldades e me apaixonei!
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Financiamento da Educação Pública no Brasil
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
O adulto e as tecnologias
Nosso mundo está repleto de modernidades tecnológicas: na indústria, no comércio, na agricultura, na pecuária, na medicina, na comunicação, na universidade, etc. Todo esse avanço tecnológico na contemporaneidade em que estamos inseridos nos proporciona mais dignidade e uma vida mais longa e confortável, encurtando distâncias e abrindo-nos um leque de possibilidades. Entretanto há um número muito grande de analfabetos e miseráveis. Numa face está a tecnologia, a inovação; na outra face a população adulta que não sabe usá-la, que nem a conhece. Essa ignorância implica em exclusão, diminuindo as possibilidades de trabalho, de busca por uma vida melhor, de luta pela igualdade.
É notório que, por si só, as tecnologias e mídias não garantem uma vida digna e qualificada para o adulto, mas, principalmente a forma crítica e ética de apreendê-la, refletí-la e utilizá-la.
"Quanto maior vem sendo a importância de tecnologia hoje tanto mais se afirma a necessidade de rigorosa vigilância ética sobre ela. No fundo, a educação de adultos hoje como a educação em geral não podem prescindir do exercício de pensar criticamente a própria técnica...Acho que o uso de computadores no processo de ensino aprendizagem, em lugar de reduzir, pode expandir a capacidade crítica e criativa...Depende de quem usa a favor de quê e de quem e para quê. (Paulo Freire)"
A educação de adultos, como a educação em geral, não pode abrir mão do ensino do uso da tecnologia, aumentando sua capacidade de pensar e de agir na sociedade, sua leitura crítica da realidade que o envolve. Essa leitura de mundo deve fazer-se de olho no futuro, contribuindo assim para a melhoria de vida, aumentando suas oportunidades de trabalho, de relações sociais, enriquecendo seu conhecimento, oportunizando o adulto a integrar-se, participando efetivamente da criação e recriação dessa história.
No uso das tecnologias, desenha-se um adulto aprendiz que interage; que troca saberes e informações; que se comunica; que descobre-se como sujeito e cidadão capazes, questionadores, trilhando caminhos em direção à luz.
Nessa interdisciplina, "Psicologia da vida adulta", vimos que a Fase Adulta há pouco tempo vem sendo estudada, percebida, entendida. As mudanças mundiais, sociais, tecnológicas podem constituir-se, na adultez, como motivação para novas aprendizagens, novas conquistas, dando-se conta de sua importância como ser humano e cidadão do mundo.
"a tecnologia é uma operação em conformidade com as coerências estruturais de
diferentes domínios de ações nas quais uma pessoa pode participar como ser
humano (...) o que pensamos que somos, forma recursivamente parte da dinâmica
sistêmica na qual vimos a ser e conservamos a identidade em que nós nos tornamos
(...) o que pensamos forma parte da rede de conversações que constitui o nosso
viver (...) em conformidade com o nosso emocionar entrelaçado com os nossos
afazeres no fluir de nosso linguajar (...) A evolução biológica não está entrando
numa nova fase com o crescimento da tecnologia e da ciência, mas a evolução dos
seres humanos está seguindo um curso cada vez mais definido por aquilo que
escolhemos fazer face aos prazeres e medos que vivemos em nosso gostar ou não
gostar daquilo que produzimos através da ciência e da tecnologia" (Maturana,
2001:187, 190).
Realizando esse Projeto temático sobre a tecnologia na vida adulta, estamos estudando e entendendo a adultez por mais um ponto de vista, percebendo o que ela busca em termos de futuro, como ela percebe e usa as modernidades tecnológicas, como constroem suas redes, como ajudam a delinear cooperativa e coletivamente a sociedade nessa perspectiva.
domingo, 19 de outubro de 2008
Gestão Democrática na Escola
Considero que nessa escola caminha-se num processo democrático e participativo e vejo isso claramente durante o final de cada trimestre:
Desde a construção comunitária de PPP da Escola, reformulamos o nosso Regimento Escolar e, consequentemente, o nosso Processo de Avaliação, que eu acredito ser bem democrático, já que toda a comunidade escolar é ouvida e envolvida no mesmo. Trimestralmente, pais, professores, alunos, funcionários avaliam a Escola e se avaliam. Todos nós realizamos com o administrativo, num momento determinado, essa tarefa social e comprometida de avaliação. Nossa Diretora estimula e proporciona esse momento de efetiva participação do CPM e do Conselho Escolar, promovendo muitas melhorias para toda a Escola.
Cada turma avalia, ao final do trimestre, junto à Orientadora Educacional o desempenho didático de sua professora, se está conseguindo aprender com ela, o que pode ser mudado, o que deve continuar, pois está dando certo; avalia o recreio, a merenda escolar, o modo como é tratada por todos os formadores, a sua disciplina e de outros colegas; dão sugestões.
É feita uma ata que é assinada por todos e, através da Diretora, seu conteúdo é repassado, revisto e refletido com os envolvidos que foram avaliados. É um bom exercício de cidadania. Assim é com os outros segmentos. Há uns oito anos é feito desse modo, provocando uma boa evolução em seus atores e muitas mudanças em prol do nosso coletivo educacional.
Somos muito bem trabalhados na questão da avaliação do desempenho do aluno, em reuniões pedagógicas e em reuniões de classes paralelas, bem como somos cobrados para redigir um Parecer Descritivo completo, correto e claro para o entendimento dos pais. O professor deve conversar com o responsável pelo aluno, juntamente com o aluno, em momento previsto no Calendário Escolar, durante três dias, incluindo um sábado. Se a família não comparecer ao Conselho Individual de seu filho, é escrito no Parecer descritivo desse aluno "Não foi possível realizar o Parecer Descritivo do Aluno porque sua família não compareceu ao Conselho Individual com a professora."
O aluno deve ser avaliado como único, respeitando seu ritmo, valorizando suas conquistas, procurando trabalhar concretamente os conteúdos e envolvendo as famílias nesse processo de construção do conhecimento de seus filhos.
O Parecer Descritivo do aluno só é concluído após esse conselho. Caso contrário fica em aberto, até que aconteça. Nesse parecer, temos o cuidado de não usar palavras negativas, que menosprezem a capacidade que o aluno tem de aprender, procurando ser o mais particular e menos passional possível.
Faço questão de falar da avaliação promovida nessa escola, porque, apesar de algumas falhas, é uma das mais democráticas que já testemunhei em escola pública. É a escola em que eu mais vejo o comprometimento dos pais, a partir dessa nova proposta avaliativa. Mas ainda falta um bom caminho a percorrer, por que tanto um bom número de pais, quanto alguns professores e outros que fazem parte de setores da escola ainda são resistentes e tementes às críticas e a ter que rever seus saberes e metodologias. Mexe com a zona de conforto, a comodidade e a vaidade de cada um.
São gestores guapos e bem formados, professores ousados e preparados, pais participativos, alunos valorizados que constroem o perfil democrático da Educação.
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Atividades sobre Geometria
A geometria é parte importante do currículo de Matemática no Ensino Fundamental, porque, por meio dela, o aluno desenvolve um pensamento que lhe permite compreender,, descrever e representar organizadamente o mundo em que vive.
É um campo fértil para se trabalhar com situações problema pelos quais as crianças costumam interessar-se.
O educando ao trabalhar com noções geométricas é motivado a observar, perceber semelhanças e diferenças, observando regularidades e vice-versa.
As noções geométricas podem ser trabalhadas partindo da exploração do mundo físico, de obras de arte, pinturas, desenhos, esculturas e artesanato, permitindo à criança estabelecer relações entre as outras áreas do conhecimento.
Objetivos:
*Localizar objetos e pessoas no espaço;
*Descrever suas observações e conclusões usando sua própria linguagem;
*Perceber, classificar e seriar relações de tamanho e forma;
*Perceber formas geométricas em seu ambiente;
*Comparar as formas do espaço físico com as formas geométricas, não fazendo o uso da nomenclatura;
*Perceber semelhanças e diferenças entre os blocos lógicos e os sólidos geométricos;
Atividades:
1) Caixa surpresa com figuras dos Blocos Lógicos para serem descritas pelas crianças.
2) Localizando formas geométricas no ambiente.
3) Jogo com música: Ao parar a música, a criança que estiver com a caixinha de perguntas na mão retirará uma obedecendo às ordens de orientação espacial.
4) Classificando por semelhanças e diferenças (sólidos geométricos, blocos lógicos, outros objetos do ambiente).
Avaliação:
As noções geométricas informais que a criança traz para a escola funcionaram como referências para organizar a aprendizagem das crianças, por isso a importância de investigar que conhecimentos cada criança traz (longe, perto, maior, menor, lado, ponta, etc.).
Detectar as noções geométricas que o aluno ampliou ao final de cada atividade proposta, nunca esquecendo que nessa fase sua participação tem um caráter individual, cabendo ao professor a socialização das aprendizagens.
É muito importante que o professor tenha paciência e ofereça atividades diversificadas tendo claro que algumas noções podem levar algum tempo para serem construídas, mas devem ser construídas e retomadas a partir das vivências cotidianas da criança.
Um eterno processo de aprendizagem
Segundo Becker, o desenvolvimento cognitivo dá-se, também, na relação do sujeito com seu meio, mas é individual, não podendo ser confundido com nenhum outro.
Serão suas características cognitivas que demonstrarão em que estágio de desenvolvimento se encontra e sua relação com o objeto do conhecimento, sua maneira de pensar refletida no jeito que lida com os problemas da realidade interna ou externa.
Partindo desses saberes, considero-me um adulto em contínuo processo de aprendizagem não só como aluna do PEAD, mas em todas as minhas relações pedagógicas, sociais e afetivas que edifico com meus alunos, com seus pais, com meus colegas de trabalho e de faculdade, com as equipes gestoras das escolas onde trabalho, em casa como mulher, esposa e mãe de uma menina de nove anos. Posso dizer, sem sombra de dúvidas, essas aprendizagens e transformações não são das mais fáceis. Por quê? Porque muitas vezes essas relações envolvem questões minhas: ideologias, crenças, opiniões, limitações, experiências mal resolvidas, que me impedem, muitas vezes, de aceitar, diferenciar, coordenar, compreender, alcançar o raciocínio, as necessidades, as idéias dos meus alunos, de seus pais, dos colegas, dos meus professores e tutores do PEAD.
No PEAD, por exemplo, ao mesmo tempo em que me dou conta do quanto sou limitada em certas aprendizagens, do quanto preciso ouvir e interpretar meus professores e tutores, compreender os conteúdos colocando-os em minha prática pedagógica e vice-versa, conscientizo-me das coisas boas e produtivas que realizo com meus alunos, com a ajuda de seus pais, dos colegas, da equipe gestora, colaborativamente. Nesses momentos de construção das minhas aprendizagens e das aprendizagens do outro, nesses momentos de conquistas e trocas, vejo que fui receptiva, coloquei-me no lugar dele, acompanhando seu raciocínio, aceitando suas verdades e diferenças.
"[...] a experiência de certeza é um fenômeno individual cego em relação ao ato cognitivo do outro, numa solidão que só é transcendida no mundo que criamos junto com ele" (MATURANA; VARELA, 2002, p. 22).
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Federalismo, Descentralização, Democracia
O Brasil é uma federação contemporânea, do tipo cooperativo, havendo formas de ações conjuntas entre esferas de governo e as outras unidades governamentais, autonomia de decisão e de autofinanciamento.
A Educação Básica no Brasil, na sua maioria, é mantida pelos governos estaduais ou municipais, sendo oferecida por pouquíssimas escolas federais. A união mantém atribuições de organização, de legislação, de normatização e planejamento. A gestão e grande parte do financiamento dessa oferta cabem aos governos estaduais e municipais. Portanto, a oferta educacional brasileira nasceu descentralizada. A descentralização da educação é a transferência das responsabilidades e atribuições da união para os estados e municípios. Os governos federal, estadual e municipal contam com recursos próprios ou transferidos, sendo previsto na Constituição a descentralização da gestão e a cooperação entre essas três esferas, que compartilham a responsabilidade pela oferta de educação escolar.
A Constituição Federal de 1988 determinava que os municípios devessem priorizar a educação Pré-Escolar e o Ensino Fundamental, enquanto que as prioridades de atuação dos estados não foram definidas. O financiamento do Sistema Federal de Ensino e a assistência técnica e financeira aos estados e municípios era compromisso da União. Cada esfera deve aplicar uma parte de seus impostos em educação: 18% são do Governo Federal e 25% são dos Governos Municipais e Estaduais.
a A reforma constitucional da área da educação redefiniu mecanismos de priorização financeira do Ensino Fundamental: 15% da receita de impostos dos estados e municípios estão vinculados à manutenção e desenvolvimento deste, surgindo o FUNDEF.
A Lei do Plano Nacional de Educação (2001-2010) estabelece objetivos e metas na Educação, trazendo claramente a contribuição das três esferas governamentais.
Segundo a LDB, os Estados e municípios são responsáveis pela elaboração de Planos de Educação. Participam da normatização da Educação: os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, cabendo ao Congresso Nacional elaborar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e outras leis de interesse nacional ou estadual.
A LDB (1996) prevê a existência dos sistemas federal, estaduais e municipais de ensino, que possuem suas responsabilidades compartilhadas entre si, devendo organizar-se em regime de colaboração, cabendo à União a coordenação da política nacional de educação sendo essas suas atribuições: elaboração do PNE em colaboração com estados e municípios; assistência técnica e financeira às outras esferas governamentais, o estabelecimento de diretrizes para a Educação Básica, com a colaboração dos estados e dos municípios, implementação de processo nacional de avaliação do rendimento escolar no Ensino Fundamental, no Ensino Médio e na Universidade.
Funciona o Conselho Nacional de Educação na organização da Educação Nacional, exercendo funções específicas às instituições do Sistema Federal de Ensino, incluindo os órgãos normativos de cada Sistema de Ensino podendo complementar as diretrizes nacionais, sem contraditá-las.
A Constituição Brasileira estabelece o regime de colaboração entre as esferas de governo público na organização e no funcionamento dos Sistemas de Ensino, que têm liberdade de organizar-se, respeitando a legislação vigente. Essa interdependência entre os sistemas não é uma subordinação; é um grande desafio que requer um fazer que saia dos artigos constitucionais para uma prática real, edificando cooperativamente a democracia que tanto almejamos.
Depois dos textos que estudei e o que tenho visto, lido, ouvido e testemunhado sobre a educação brasileira, posso concluir que a falta de exercício democrático e a estrutura hierárquica e vertical de nossa sociedade dificulta essa negociação entre o governo federal, estadual e municipal, bem como o clientelismo e os interesses partidários.
As três esferas de governo devem demonstrar boa vontade política efetivando essa colaboração, promovendo: avaliação da capacidade real de atendimento de cada sistema de ensino, compromisso comum com a qualidade do ensino público e com a oferta de vagas para todos, evitando assim a imposição de decisões de uma esfera sobre a outra, a transferência de obrigações e a competição entre elas, garantindo uma efetiva participação da sociedade na Gestão Democrática da Educação, evitando práticas excludentes que não permitam a participação consciente e organizada de todos os segmentos envolvidos com a escola pública na busca de seus direitos.
Esse regime de colaboração na Gestão Democrática da Educação exige maturidade política dos governantes, exige o exercício dialógico do ouvir, negociar, assumindo o que foi acordado entre todas as instâncias, concretizando as ações que lhe competem.
Em muitos exemplos, que estão bem perto de nós, professores e gestores, mostram uma ação inversa que, também, negam a autonomia, a participação dos pais, dos alunos, da comunidade, uma prática pedagógica que desenvolva a criticidade e a cidadania dos aprendizes e a avaliação como um processo emancipatório.
A Democracia é uma prática social que envolve nossa participação política nas decisões de governo, reivindicando nossos direitos. A escola é um grupo de pessoas que deve identificar-se como cidadãos diversos com deveres e direitos iguais, responsável pelas transformações de sua realidade em prol do coletivo, sendo que seus representantes governamentais devem cumprir as decisões legítimas dessa maioria.
“Creio ser necessário que cada ser humano, para poder efetivamente participar da vida pública e política, se desenvolva em alguns aspectos que lhe dêem as condições físicas, psíquicas, cognitivas e culturais necessárias para uma vida saudável, e que o levem à busca virtuosa da felicidade, individual e coletiva. Entender a cidadania a partir da redução do ser humano às suas relações sociais e políticas não é coerente com a multidimensionalidade que nos caracteriza e com a complexidade das relações que estabelecemos com a mundo à nossa volta e com nós mesmos. Devemos buscar compreender a cidadania também em outras perspectivas.” (Ulisses F Araújo - Escola, democracia e a construção de personalidades morais)
A ação independente de cada Sistema de Ensino compromete o bom andamento do conjunto de ações pelo bem da EDUCAÇÃO e, consequentemente da dignidade social do POVO BRASILEIRO.
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
"Engatinhando", mas usando as TICs. Redesenhando a "Escola Nova"
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Dificuldades de Síntese e de articulação entre temas
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Construção dos terrários com meu 1º Ano da E. M. Cincinato Jardim do Vale
Realizei essa atividade de construção do terrário com minha turma de 1º Ano, do turno da tarde Da E. M. Cincinato Jardim do Vale, parada 76, de Gravataí.
Após sua construção e respectivos registros, os colocamos à exposição por 15 dias para nossas observações e possíveis registros, num espaço da Biblioteca da Escola cedido pela Professora responsável, Prô Eliane. Após uma semana, fizemos sua manutenção e limpeza.
Durante esses dias, cada um montou seu livrinho sobre a atividade sob o título "Meu Terrário". Ao passarem-se os 15 dias de observações sobre o Ciclo da Água, cada aluno levou para casa seu terrário para devolver à natureza seus seres e os lixos recicláveis para a devida lixeira. As crianças amaram e levaram tudo muito a sério. Deram até nome aos seus terrários: "Meu Bebê", Xuxinho", "Eco", etc.
Após minhas leituras sobre a teoria de Humberto Maturana
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Construção dos terrários
Esse slideshow mostra cada aluno de minha turma de 1º Ano da E.E.E.F. Professora Clotilde Rosa construindo seu terrário com material trazido de casa para observarmos durante 15 dias o Ciclo da Água. Coloco em anexo meu Projeto de Ciências sobre essa experiência e observação.Sei que essa interdisciplina não pertence ao Eixo V, mas só consegui realizar o terrário com meus alunos nesse Segundo Semestre.
E. E. DE ENSINO FUNDAMENTAL PROFª CLOTILDE ROSA
Rua Gal. Osório, 511 – Bairro Salgado Filho – Gravataí – RS – Fone: 3488.5353
1º Ano Turma: 129
PROFESSORA ROSELAINE DA MOTA ZANETTE
PROJETO DA FEIRA DE CIÊNCIAS/ 2008
“CONSTRUINDO UM TERRÁRIO”
1.OBJETIVOS:
*Descobrir como acontece o Ciclo da Água dentro do terrário.
*Saber como a vida das plantas e dos animais se sustenta dentro dele.
2.DURAÇÃO:
20 de agosto a 30 de agosto de 2008
3. MATERIAL NECESSÁRIO:
Uma garrafa pet de dois litros branca, transparente, sem a ponta, lavada com água e sabão, seca e desinfetada com álcool;
Um punhado de pedra miúda;
Um punhado de carvão ativado moído;
Terra adubada;
Uma mudinha (planta com raiz) resistentes à falta de água: suculentas, margarida, grama de jardim, begônia, mini-samambaia, etc.
A tampinha da mesma pet;
Galhos e folhas secas;
Água;
Bichinhos: minhocas, caracol, joaninha, tatu-bola, lagartixa, grilo;
Papel filme (para vedar) o terrário.
4. MODO DE CONSTRUIR O TERRÁRIO:
4.1-Coloque uma camada de pedrinhas no fundo da pet.
4.2-Em cima dessa camada de pedrinhas, bote uma camada de carvão ativado.
4.3-Após, coloque uma camada de terra adubada (terra boa para plantar).
4.4-Plante a mudinha.
4.5-Ajeite a tampinha com água na terra.
4.6-Coloque os galhos, as folhas secas e os bichinhos.
4.7-Vede a entrada do terrário com papel filme.
5. ACONTECIMENTOS RELEVANTES NO DIA DA CONSTRUÇÃO DO MESMO:
A empolgação das crianças procurando mais bichinhos na escola, depois de uma noite de muita chuva;
A vontade de realizar e de participar do trabalho daqueles alunos que não trouxeram o material solicitado pela professora.
Solidariedade dos colegas na troca e no empréstimo de material.
A cooperação entre as crianças na organização da sala após a atividade.
Os terrários concluídos ficaram numa outra sala da escola sob a luz indireta do Sol.
6. QUESTÕES LEVANTADAS:
6.1-O que acontecerá com nossa plantinha e os nossos bichinhos?
6.2-Será que morrerão sem ar e sem chuva?
6.3-Será que eles fugirão do terrário?
7. HIPÓTESES DOS ALUNOS:
*As plantas e os bichinhos morrerão sem ar e sem chuva dentro do terrário.
*Um bichinho vai comer o outro.
*As plantinhas vão produzir oxigênio para os animais respirarem.
*Estou vendo um bafinho no plástico que está fechando o terrário.
8. PROCEDIMENTOS:
Fizemos observações diárias da vida no terrário e desenhamos o que vimos após socialização em aula onde fomos questionando e buscando conclusões.
No 7º dia fizemos a manutenção do terrário: Abrimos sua abertura para que pegasse uma brisa.
Fizemos uma limpeza em suas paredes.
Refizemos o processo naqueles terrários que não deram certo depois de discutir o porquê disso.
Vedamos novamente a sua entrada.
9. CONCLUSÕES:
Quando esquenta dentro do terrário, a água que está dentro da terra e na tampinha evapora e se junta com a respiração das plantas formando o vapor d’água.
Como o terrário está fechado (vedado), esse vapor se condensa formando gotinhas que ficam nas suas paredes e no seu lacre.
É aí que a água retorna como uma chuvinha para molhar a terra novamente.
A plantinha que está ali dentro suga a água da terra pela raiz, puxa o gás carbônico para produzir seu próprio alimento e o oxigênio que ela libera no terrário permitindo a respiração dos animais.
ASSIM CONTINUA A VIDA LÁ DENTRO.
Eu, um adulto, que não admite perder-se de sua criança
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Continuação de minha síntese sobre as leituras que realizei sobre Projetos de Aprendizagem
Nessa realidade tecnológica, o professor é tão aprendiz quanto seu aluno, onde mais do que ativar o intelecto, significa também ativar o intelecto, significa também impulsionar a mente e a consciência espiritual sobre seu mundo interior e subjetivo:
*Articular as formas de trabalho escolhidas pelos alunos, respeitando seus objetivos, interesses, ritmo, necessidades, tempo de aprender.
*Administrar e organizar o ambiente de aprendizagem, programando o uso do computador.
*Conhecer mais sobre softwares, materiais tecnológicos.
*Orientar os Projetos de Aprendizagem, estimulando e auxiliando na viabilização de busca e organização de informações de acordo com as questões do aluno.
*Acompanhar as atividades dos alunos, orientando sua busca com perguntas que estimulem sua reflexão e que provoquem desequilíbrio de suas certezas e o surgimento de novas dúvidas, testando e analisando suas hipóteses esforçando-se para formular seus argumentos, registrar seus procedimentos e suas conclusões.
"(...)um sistema não constitui jamais um acabamento absoluto dos processos de equilibração e novos objetivos derivam sempre de um equilíbrio atingido, instável ou mesmo estável, permanecendo cada resultado, mesmo se for mais ou menos durável, pleno de novas aventuras(...) (PIAGET, 1976)
Essa mudança não tem volta e exige que assumamos responsabilidades, parcerias, acompanhamento do processo, realização de ações conjuntas entre equipe gestora, pais, docentes, fortalecendo e enriquecendo essa mudança.
A proposta é aprender conteúdos por meio de ações que proporcionem o desenvolvimento da capacidade do aluno em continuar sua aprendizagem numa construção do conhecimento através do questionamento, da busca de certezas, isto é, formular questões, encontrar saídas que favoreçam novas e mais complexas perguntas.
Durante esse processo, o que é importante é compreender como o aluno pensa, que recussos já consegue utilizar, que relações estabelece, que operações realiza, inventa ou reinventa, em que dificuldades deve ser auxiliado.
domingo, 31 de agosto de 2008
Síntese de leituras que fiz sobre Projetos de Aprendizagem
No Projeto de Aprendizagem o aluno formula suas questões movimentando-se, interagindo com o desconhecido, com situações novas para apropriar-se desse conhecimento específico seja em Ciências, Artes, Cultura.
São as dúvidas do próprio aluno que geram um Projeto de Aprendizagem num contexto enriquecido de desafios e buscas. Torna-se, então, fundamental que um Projeto de aprendizagem parta da curiosidade do estudante, de suas dúvidas e perguntas e não impostas pelo professor.
O sujeito que consegue formular claramente uma questão a ser resolvida inicia o processo de definição das direções de sua atividade.
Inicia-se estabelecendo-se suas certezas provisórias e suas perguntas temporárias, pois investigando, pesquisando muitas dessas perguntas tornam-se certezas e algumas certezas podem tornar-se dúvidas, podendo gerar outras dúvidas e certezas.
A cada idéia, a cada descoberta alcançada durante esse processo torna necessário a reorganização, retomada ou replanejamento dos caminhos de busca, assim surgindo diversos caminhos podem levar a construção do projeto, onde decidirá, buscará saídas, ativará e sustentará seu nteresse, sua motivação.
Para que isso aconteça o professor deve orientar, respeitar a autonomia do aluno:
*Decidir critérios sobre a relevância em relação a determinado tema;
*Buscar, encontrar e selecionar informações;
*Definir, selecionar, criar procedimentos para detectar a relevância das informações escolhidas em relação às suas questões.
É possível construir Projetos de Aprendizagem nas séries iniciais e na Educação Infantil. A criança é uma questionadora por excelência: Por que isto? Por que aquilo? Como se faz isso? Na escola, devemos alimentar sua curiosidade, sua atitude inventiva e criadora, exploradora, persistente em suas buscas, ajudando-a a descobrir e aprender.
É um método natural e acessível de construir assim o conhecimento da criança pequena. Se a escola oportunizar essa prática pedagógica acabará com o ensino de massa, pois se surgem dos aprendizes os Projetos de Aprendizagem são projetos diversificados e interdisciplinares, porque uma turma inteira não pensa da mesma maneira, não tem os mesmos interesses, nem as mesmas condições e necessidades. Eis aí uma grande diferença no currículo: PROJETOS DOS ALUNOS.
Cada um explorando os conteúdos no seu tempo, no seu ritmo, podendo ser atendidos em suas necessidades que emergem com mais clareza, conectando-se com outros alunos e outros professores em outros espaços e tempos diferentes, proporcionando uma atividade de construção, interação e reflexão.
Numa próxima publicação darei continuidade à minha síntese da pesquisa no site : http://www.portalensinando.com.br/ensinando/principal/conteudo.asp?id=2033
sábado, 23 de agosto de 2008
Minha Reflexão sobre "Meu Ser Professor Político"
*Se sou uma trabalhadora em Educação que luta por valorização profissional, não seria lógico que fosse uma aliada nas buscas e lutas dos trabalhadores?
*Se almejo conquistas sociais relevantes para vivermos com dignidade, não devo estar a favor dos oprimidos e dos historicamente excluídos, não por ser caridosa, mas por considerar que nossa luta é a mesma, enquanto cidadã(mulher, professora, eleitora ultrajada pela corrupção, etc.) que faz parte da mesma sociedade?
*Devo estar comprometida com a transformação social, procurando conhecer a realidade que se desvenda para a Educação de meu País, de meu Estado, de meu município?
*O professor pode considerar-se parte de um coletivo se não contribui ativamente na formação da cidadania e não ajuda seu aluno, dando o melhor de si, na construção do conhecimento?
Acredito que, para existir uma Escola dialógica e transformadora é necessário que tenhamos boa vontade política, não só no discurso ou nas atividades que postamos, mas na verdadeira prática político-pedagógica que alimenta o sonho, a curiosidade, a liberdade de expressão, o afeto incondicional, a construção do conhecimento, a comunicação, a inclusão social, escolar, tecnológica.
Nesse contexto político, econômico e social em que estamos vivendo é imprescindível que nós, Trabalhadores em Educação, aceitemos responsavelmente o desafio de tornar a Escola Pública um espaço de Educação Popular, favorecendo a participação de todos os seus segmentos, numa dinâmica pedagógica, dialógica e cidadã, reconhecendo a Educação e o Conhecimento como direito de todos, inclusive meu, indo de encontro aos sujeitos das classes populares que foram sempre historicamente excluídos, oferecendo-lhes, no que de nós depender, uma aprendizagem de qualidade, significativa, contextualizada, de construção afetiva e efetiva do conhecimento, respeitando as diferenças.
Educação e escolaridade como direito de todos e não como proteção paternalista para evitar o caos social.
domingo, 17 de agosto de 2008
Hipervídeo na Educação
Um hipertexto apresenta vários links no mesmo espaço, mas as possibilidades de associação ao hipervídeo aparecem e desaparecem à medida que as sequências são reproduzidas.
As sequências de vídeo são reproduzidas continuamente enquanto o usuário determina o desenvolvimento da narrativa com suas escolhas.
Sua assimilação obedece a ordem de escolha do usuário, de acordo com suas necessidades. O usuário navega dentro do vídeo, clicando em ícones para acessar algo mais.
O hipervídeo oferece ao usuário a oportunidade interativa de interferir no fluxo dessas imagens, partindo de suas opções.
É um excelente recurso digital que o professor pode utilizar em sua prática pedagógica tendo em vista as seguintes possibilidades: trabalho colaborativo, desafios cognitivos, aprendizagens interativas e instigadoras.
Alguns sites pesquisados:
http://fatimamoreira.wordpress.com/
http://www.yaso.in/?p=101
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Atividade 2- Organização do tempo
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
Atividade 1- Seminário Integrador V
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA À DISTÂNCIA
PÓLO DE GRAVATAÍ
SEMINÁRIO INTEGRADOR V
PROFESSOR SILVESTRE NOVAK
PROFESSOR ELISEO REATEGUI
ROSELAINE DA MOTA ZANETTE
Reflexão sobre o que espero em relação aos meus estudos do Eixo 5 e como pretendo atingir minhas expectativas:
Desejo obter significativas aprendizagens nas interdisciplinas desse Eixo 5 que venham contemplar e enriquecer meu “ser professor” atuante e comprometido com a sala de aula e inserido em 2 Unidades de Ensino distintas, eficientes e públicas.
Acredito que cada interdisciplina, à sua maneira, contribuirá efetivamente com minhas aprendizagens e necessidades nesse momento em que ambas as escolas onde leciono estão reformulando seus Projetos Políticos Pedagógicos, refletindo e debatendo questões relevantes e cruciais para a qualificação de seu fazer administrativo e pedagógico, convidando-me a repensar minhas práticas em relação aos desafios e incertezas presentes em nossos dias.
Alcançarei o que desejo com mais dedicação e organização do meu tempo e das minhas atividades, onde sei que falhei no semestre passado.
domingo, 29 de junho de 2008
Ciclo da Água na Natureza
A ÁGUA NOSSA DE CADA DIA
A-DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:
Escola: Escola Municipal Cincinato Jardim do Vale, parada 76-Gravataí
Turma: 1º Ano- Turma 12
Faixa etária: 6/7 anos
Período: + / - 10 dias
Número de Alunos: 24
B-JUSTIFICATIVA:
A água é vital para a vida em nosso planeta. É indispensável sua presença em nosso dia-a-dia e nas dos outros seres vivos: plantas e animais.
O homem devido à sua má ação em relação ao ambiente e o mau uso de seus recursos naturais colocou em perigo de extermínio nossos recursos hídricos e, conseqüentemente a vida na Terra.
A água é um bem precioso, mas finito. Hoje, é muito difícil encontrar água de qualidade tanto para o uso doméstico quanto para o uso na irrigação, mesmo em nosso país, que possui 20% da água potável do Planeta Terra.
Por isso, faz-se necessário e imediato que eduquemos e conscientizemos as novas gerações à importância da preservação da água, viabilizando a continuidade da vida em nosso planeta. Justifico assim esse planejamento.
C-OBJETIVOS:
*Promover atividades observatórias, práticas e reflexivas que ajude meu aluno a entender o Ciclo da Água na natureza, conscientizando-o da importância de sua preservação para a continuidade da vida no Planeta terra.
*Realizar atividades que permitam ao meu aluno o desenvolvimento da sua capacidade argumentativa , hipotética , conclusiva e de registro.
*Permitir o envolvimento de suas famílias nessa conscientização.
D-ATIVIDADE PRÁTICA:
1º DIA: Meus alunos estão acostumados, em sua rotina escolar, a observar o tempo (clima) do dia pela janela da sala ou indo até a rua para depois relatá-lo, socializando suas observações, na “Rodinha” e atualizando a “Janelinha de tempo” que temos na sala com a gravura que represente o tempo do dia.
Daria início, portanto a esse planejamento num dia de chuva, questionando-os e registrando suas hipóteses:
*Como está o tempo, hoje?
*Como está o céu?
*O que podemos fazer num dia de chuva?
*Que coisas não podemos fazer?
* O que usamos em dia de chuva?
*De onde vocês acham que vem toda essa água?
*Essa chuva é importante? Por quê?
*O que pode acontecer quando chove demais?
*E quando não chove por muitos dias?
*Para onde vocês acham que vai toda essa água da chuva?
*Será que sempre teremos chuva?
*Fulano, pegue no armário a gravura que mostra o tempo do dia e coloque-o em nossa “Janelinha do Tempo”.
Anotaria as hipóteses das crianças não me preocupando como expressam suas idéias, mas como as explicam e as defendem, oportunizando-lhes a construção de seus próprios argumentos, garantindo a palavra a todos, partindo de seus conhecimentos e vivências anteriores, incentivando-os a realizarem seus registros através de desenhos.
TAREFA DE CASA: Conversar em casa com seus familiares sobre de onde vem à água da chuva e para onde ela vai. Com a ajuda dos mesmos recortar gravuras que mostrem a chuva ou sua influência na vida das pessoas. Ganharão tiras de papel onde com a ajuda da família escrevam palavras que representem essa idéia.
2º DIA: Exposição em painel das gravuras coletadas em casa com as respectivas palavras que representem as idéias das famílias sobre a chuva seus benefícios e malefícios.
Socialização da rodinha dessas idéias:
*Quando é que a chuva faz bem aos seres vivos?
*Quando é que a chuva pode nos trazer prejuízos?
TAREFA DE CASA: Pediria a quatro famílias o empréstimo de quatro fogões de acampamento (com duas “bocas”) com o respectivo bujão de gás. Isso possibilitará que eu divida a sala em quatro grupos de seis crianças em cada um, com a colaboração da Supervisora , da Orientadora da escola e de uma mãe voluntária e esclarecida para ajudarem-me na tarefa prática sobre Ciclo da Água.
3º DIA: Prepararia previamente a sala de aula instalando com a ajuda das colegas os fogões. Um em cada mesa, onde colocaria seis crianças, dispondo dos seguintes materiais: uma panela com um pouco de água.
Cada grupo de crianças teria a oportunidade de observar a evaporação da água ao vê-la ferver sob a supervisão de cada colaboradora, evitando aglomero e acidentes.
Questionamentos e socialização de idéias:
*O que estamos fazendo?
*Por que vocês acham que se formaram essas bolhinhas dentro da água da panela?
*Que fumacinha é essa que saiu ao ferver a água?
* Vamos fazer outra atividade para ver em que vai se transformar essa fumacinha?
Colocaria a uma certa distância da panela de água fervendo uma forma de alumínio de tamanho médio para que as crianças percebam a formação de gotículas de água que possam cair em formato de chuva.
Questionamentos e socialização:
*O que aconteceu na forma de bolo quando a fumacinha chegava até ela?
*E quando essas gotinhas cresciam o que acabou acontecendo com elas?
Anotar as hipóteses das crianças.
Representar o que viram através de desenho.
4º DIA: Organizarei, previamente, em cada mesinha redonda da sala de aula, duas tigelas de vidro transparentes de água: uma com muito gelo e outra sem. Em cada mesa seis crianças estariam distribuídas para observarem e desenharem o que estavam vendo.
Questionamento e socialização na “Rodinha”:
*Quem gostaria de explicar com suas palavras o que fizemos?
*O que aconteceu com o gelo que tinha na tigela?
*O que aconteceu com a tigela que tinha gelo?
*E com a outra tigela?
*Por que vocês acham que a tigela com gelo começou a suar, verter água?
*Vamos desenhar nossa experiência.
Todas os registros feitos pelas crianças serão expostos por partes para que os ajudem a manter a coerência dos acontecimentos e do seu raciocínio.
5º DIA: Todas as experiências que realizamos nesses dias com a água fervendo, as gotinhas que caíam da forma de bolo e a tigela que vertia água conforme o gelo derretia teria alguma coisa a ver com a chuva que cai em nosso planeta? (Deixarei que falem, anotando suas respostas, suas idéias).
*O que acontece com a água da roupa molhada que está no varal?
*Por que em dia de sol ela seca?
*Por que em dia de chuva não adianta colocar a roupa no varal?
*O que será que aquece a água da roupa, fazendo essa aguinha virar fumacinha, vaporzinho?
*Para onde vai essa fumacinha? O que ela forma lá no céu?
*Quando as nuvens estão cheinhas e já não agüentam mais tanta água, o que pode acontecer?
Hoje vamos ao TELECENTRO de nossa escola para assistir a um vídeo de desenho animado que mostra como a chuva se forma na natureza e como enche nossos rios, lagos e mares. Esse vídeo nos mostrará, também, como é o Ciclo da Água na.
Natureza e de que maneira podemos ajudar a preservar a água, que é tão importante na nossa vida e na vida dos outros seres vivos:
http:/www.youtube.com/watch?v=g26Wk4gpkws
6º DIA: Questionamentos a partir do vídeo:
*O que o calor do sol faz com a água dos rios, mares, lagos?
*Esse fumacinha que sobe para o céu forma o quê ?
*Quando as nuvens estão carregadas de água, o que acontece?
*Essa chuva que cai é importante para a vida no Planeta terra? Por quê?
Vamos desenhar o Ciclo da Água na natureza.
Elaboração de um texto coletivo que explique o Ciclo da água na natureza.
TAREFA DE CASA: Recorte e cole com a ajuda de seus familiares gravuras que mostrem a importância da água para a vida no Planeta Terra? Cada família elaborará com seu filho numa folha de papel : “Como poderá cuidar e preservar a água em casa ?”
7º DIA: Montagem de um painel com as gravuras que mostram a importância da água para os seres vivos na Terra de um lado. No outro lado do painel: “Como podemos preservar a água em casa”?
Socialização das discussões em casa na “Rodinha”. Questionamentos:
*Como podemos evitar o desperdício de água na escola?
*O que vamos fazer para ensinar as outras turmas da escola a preservar a água, evitando seu desperdício em casa e na escola?
E-FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:
A água é de fundamental importância para a vida no Planeta Terra, pois todas as formas de vida sobreviverão à medida que tiverem esse elemento vital à sua disposição no mundo.
Os recursos hídricos são finitos, mesmo que haja abundância de água em nosso planeta, pois menos de 3% da água da Terra é potável. 99% d água está congelada dificultando assim a sua utilização pelo homem.
60 a 70% de nosso corpo é composto de água, regulando nossa temperatura interna, sendo essencial para o funcionamento de nosso Sistema Circulatório, Sistema de Absorção, Sistema Digestivo, Sistema de Evacuação, da temperatura do nosso corpo.
O Ciclo da água nada mais é do que um imenso sistema natural de purificação e reciclagem da água na Terra. É um processo elo qual a água que está em nossa atmosfera como vapor condensa e volta á Terra na forma de chuva. Estando na Terra a água torna a evaporar, dando continuidade à sua ordem cíclica natural.
30% da água que cai em forma de chuva não evapora, fica no interior da terra, nos lençóis subterrâneos. A outra parte, em lagos rios, córregos, cachoeiras, riachos, açudes,mares, oceanos, na superfície da Terra.
25% da água da chuva forma a matéria orgânica de que se constituem os seres vivos.
O Ciclo da Água nas cidades é modificado pela impermeabilidade do solo, pela falta de áreas florestais e pelo excesso de construções.
Para não faltar a ordem é poupar:
*Quando escovamos os dentes, devemos molhar a escova e depois fechar a torneira. Voltar a abrí-la para enxaguar a boca e a escova. (Economia de 16.425 litros de água por ano).
*Diminuir o tempo de banho: Em 5 minutos um chuveiro gasta 70 litros de água ( 25.550 litros por ano)
*Lavar o carro com balde, pois lavá-lo com mangueira aberta desperdiça 600 litros de água.
* Controlar os vazamentos de água estando de olho na conta de água.
*Economize energia elétrica. Assim você estará colaborando com seu bolso, com o meio ambiente, evitando a construção de novas represas que causam um grande impacto ambiental.
*Um dos maiores causadores do transbordamento e inundações é a presença de lixo que demora a se decompor nos rios, lagos, esgotos, etc.: papel, panos, filtro de cigarro, garrafas pet, pacotes de salgadinho, borracha, vidro, etc.
*Use a vassoura para limpar as calçadas e os quintais. Não use o esguicho.
“Se é verdade que o gênero humano, cuja a dialógica cérebro/mente não está encerrada, possui em si mesmo recursos criativos inesgotáveis, pode-se , então vislumbrar para o terceiro milênio a possibilidade de nova criação cujos germes e embriões foram trazidos pelo século XX : a CIDADANIA TERRESTRE. E a EDUCAÇÃO, que ao mesmo tempo transmissão do antigo e abertura da mente para receber o novo, encontra-se no cerne dessa nova missão.” (Edgar Morin, p. 72-Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro)
“A compreensão é ao mesmo tempo meio e fim da comunicação humana. O planeta necessita, em todos os sentidos, de compreensões mútuas. Dada a importância da educação para a compreensão, em todos os níveis educativos e em todas as idades, o desenvolvimento da compreensão necessitada reforma planetária das mentalidades; esta deve ser a tarefa da educação do futuro.” (Edgar Morin, p. 104-Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro)
F-METODOLOGIA DE ANÁLISE DA ATIVIDADE DAS CRIANÇAS:
As crianças apresentarão suas conclusões através de suas socializações na “Rodinha” e dos cartazes com suas hipóteses e conclusões que serão por mim confeccionados para exposição.
Meus alunos ainda não estão alfabetizados, por isso seus registros serão feitos através de desenhos, da montagem de painéis que serão expostos para a comunidade escolar e, também, na montagem de textos coletivos com suas efetivas participações.
Faremos também o envolvimento das outras turmas do currículo através de estratégia que será escolhida no final desse processo.
G-AVALIAÇÃO:
A avaliação será feita constantemente, percebendo o grau de envolvimento e de compreensão do aluno nas aprendizagens propostas, estando atenta, também, ao que deve ser mudado durante o processo para garantir o sucesso no alcance dos objetivos.
A partir desse planejamento, observarei seus hábitos e atitudes em relação aos cuidados com a água no banheiro ao escovar seus dentes, ao lavar as mãos antes do lanche e ao saciar sua sede nos bebedouros da escola, já que os acompanho diariamente nessas atividades, pois não temos banheiro e nem bebedouros na sala.
Site por mim pesquisado:
http://www.cunolatina.com.br/dicas.htm
Livro pesquisado:
Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro- Edgar Morin
domingo, 22 de junho de 2008
Atividade com meu Primeiro Ano sobre luz e sombra
1.Objetivo:
*Promover uma atividade que permita ao aluno experenciar a formação de sombras com diversas figuras geométricas pretas ou brancas, pequenas ou grandes num dia de sol, com céu azul, para que possa construir o conceito de sombra, refletindo sobre a importância da luz e do escuro na natureza e na nossa vida.
2. Série: 1º ano
3. Faixa etária: 6/7 anos
4. Desenvolvimento:
Confeccionei as figuras geométricas: quadrado, retângulo, círculo nas medidas e nas cores estabelecidas em E.V.A.
Antes de irmos para a rua conversei com eles sobre a atividade: Por que íamos para a rua naquele dia, com aquele material. O que eles poderiam fazer com aquele material. Deixei-os manuseá-los em aula.
Como todos são pequenos e ainda têm certa dificuldade de organizarem-se em grupos, na rua, deixei que todos tivessem acesso aos materiais e que fizessem as sombras que bem entendessem, sem direcioná-los, a princípio, e que pudessem também fazer as trocas e experimentações que julgassem necessárias para esgotarem a excitação da novidade, para poder começar a dirigi-los.
Foi uma loucura. Todos estavam envolvidos e ávidos para descobrirem e criarem suas próprias sombras. Alguns tentavam copiar as sombras criadas pelos colegas com suas figuras geométricas. Também surgia o conflito por causa disso. Tudo normal para a idade, exigindo a mediação da professora.
4.1.Atividade Dirigida:
Não foi preciso usar o lençol, pois quinta-feira, dia 12 de junho, estava um dia tão ensolarado que eles podiam criar as sombras na parede da escola mesmo. Sugeri que obtivessem sombras iguais com dois recortes diferentes, comentários deles:
-Prô como é isso?
-Não tô conseguindo. Faz para mim, Prô?
-Não tem jeito. Que saco!
Não dei respostas, apenas incentivei-os a continuarem tentando.
Solicitei, então, que pegassem figuras diferentes, formando outras sombras. Comentário deles:
-Gente, com dois círculos pequenos e um grande fiz uma sombra de Mickey.
-Eu fiz um carro.
-Troca comigo, Weslem, para ver que sombra eu faço com as tuas figuras e tu com as minhas.
Fiz um material abundante para que todos pudessem ter acesso e participassem.
Alguns alunos começaram a deixar as figuras geométricas de lado e começaram a fazer sombras com suas mãos e até usando seus corpos sozinhos ou em duplas, trios. Também entrei na “dança”
4.2.Debatendo com as crianças:
*Para haver sombra é necessário haver luz? Sim o raio do Sol faz luz e aí se pode fazer sombra; Sombra é a luz forte do sol impedida por alguma coisa.
*Sombra é o mesmo que escuro? Sombra é uma coisa forte que impede a passagem da luz do sol; Pode ser a mesma coisa que escuro, porque a noite existe porque não tem mais raio do sol.
*Que atividades só fazemos no claro? Ir na aula; Brincar na rua; Ler os livrinhos da biblioteca; Escrever letras; Contar palitos; Enxergar bem as coisas; Andar de bicicleta.
*E no escuro, que atividades podemos fazer? Andar de bicicleta no escuro é perigoso; Andar dentro de casa no escuro não é legal; No escuro é bom para dormir; Eu tenho medo do escuro, por isso durmo com um abajur aceso; Preciso de lanterna para achar as coisas no escuro.
*Dê um exemplo de algo na natureza que só acontece no claro: O dia, prô; Quando é claro é mais quentinho; A gente só vê o sol de dia.
*Dê um exemplo de algo da natureza que só ocorre no escuro: A lua e as estrelas a gente vê no escuro; Às vezes se vê a lua de dia. As plantinhas ficam molhadinhas de noite. Minha vó diz que é por causa do sereno.
*Dê um exemplo de algo na natureza que acontece no claro e no escuro: A gente respira, prô; Pode chover e trovejar.
*Você acha a sombra importante na natureza? Por quê? Acho que a sombra é boa quando a gente tá com muito calor; É, prô, a sombra refresca a gente; Por isso é bom jogar futebol na sombra;
*A sombra de uma árvore é igual durante todo o dia? Seria bom observar, prô mas eu acho que essa sombra muda; Muda sim, porque o sol passeia no céu e vai batendo diferente nela; É, agora ela bate aqui, a sombra e depois ela bate lá. O Sol é passeador, por isso a sombra da árvore muda de lugar.
5. Construção coletiva do conceito de sombra usando o vocabulário e a estrutura frasal dos alunos:
Sombra é o escuro preto, que aparece quando alguma coisa tampa o raio do sol, não deixando ele passar. Às vezes, o escuro vence o Sol.
6.Avaliação:
São crianças pequenas e curiosas e necessitam outras experiências sobre o assunto para poderem, a partir de suas próprias vivências e dessa atividade continuarem a buscar suas respostas. Muitas vezes, tive vontade de dar-lhes respostas, mas não tenho o direito de tirar-lhes a magia da curiosidade.
Na terça-feira, dia 17 de junho veremos um vídeo infantil sobre luz e sombra. Como vêem estamos apenas começando. Estamos em processo de construção desse conhecimento.
7. À luz do pensador:
“A educação deve favorecer a aptidão natural da mente em formular e resolver problemas essenciais e, de forma correlata, estimular o uso total da inteligência geral. Este uso total pede o livre exercício da curiosidade, a faculdade mais expandida e a mais viva durante a infância e a adolescência, que com freqüência a instrução extingue e que, ao contrário, se trata de estimular ou, caso esteja adormecida, de despertar.” (Edgar Morin, p.39-Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro)
“O Planeta Terra é mais do que um contexto: é o todo ao mesmo tempo organizador e desorganizador de que fazemos parte. O todo tem qualidades ou propriedades que não são encontradas nas partes, se estas estiverem isoladas umas das outras, e certas qualidades ou propriedades das partes podem ser inibidas pelas restrições provenientes do todo. (Edgar Morin, p.37_ Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro)
domingo, 15 de junho de 2008
Uma atitude docente e cidadã
Por mais que nos sintamos sós e desestimulados dentro de nossas escolas, devemos segurar a peteca para não cair, continuando a acreditar na possível mudança na educação. Sei que as pessoas são resistentes, prepotentes, porém alguém deve ter coragem de introduzir essa discussão dentro das unidades de ensino. Esse alguém pode ser nós, alunos do PEAD. Devemos mostrar nas reuniões pedagógicas nosso trabalho diferenciado e os bons resultados na aprendizagem dos alunos. Quando surgirem descréditos e dúvidas devemos respondê-los com segurança, baseando-se na bagagem teórica que o Pead nos oferece refletida em nossa prática pedagógica.
Conflitos serão criados, mas são necessários e providentes para que haja o debate, o desequilíbrio, a desacomodação para possibilitar as mudanças que poderão ser poucas e demoradas, mas serão concretas e possíveis. Um grupo docente remexido nunca mais será o mesmo e será um campo fértil para as sementes que por nós serão lançadas.
Não devemos nos deixar levar pelo vírus do comodismo, da preguiça e do pessimismo alheio. Mas tudo isso deve ser realizado com muito respeito ao outro, com humildade. Tudo em prol da educação, pelo bem das crianças e da coletividade.
"Além de um ato de conhecimento, a educação é também um ato político. É por isso que não há pedagogia neutra." (Paulo Freire,p.25- Medo e Ousadia)
"A responsabilidade diretiva em nossa pedagogia, e em qualquer outra, exige que o professor tenha objetivos e um ponto de vista, um sonho ou outro, o que significa que ele não pode ser neutro no processo." (Ira Shor,Medo e Ousadia)
Geraldo Vandré - Pra Não Dizer que Não Falei das Flores
quarta-feira, 11 de junho de 2008
Perguntando
Hoje, ao retomar nossos estudos sobre as vogais, chamei-as de letras cantoras e ao pronunciá-las, dei ênfase à musicalidade dessas letras. Um aluno questionou-me:
(Rafael) - Prô, porque o "a,e,i,o,u" são "cantoras"?
Devolvi a pergunta:
(Prô Rose) - Por que tu achas que eu chamei-as de cantoras?
(Rafael)- Por que elas tem som, um barulho delas.
Uma outra aluna entra na conversa:
(Morgana)- O “EME” que começa o meu nome é cantor, Prô?
(Prô Rose)- “EME” é o nome dele.
(Vithor)- Qual é o som dele, então, Prô?
(Prô Rose)- Quem sabe vocês, colegas, possam ajudar o Vithor a achar o som do “EME”?
(Vitória)- "MMMMMMM" (Parou, pensou). É, Prô, ele é um pouco mudinho quando está sozinho. Tenta falar, tenta e não sai nada.
(Prô Rose?)- Como é que podemos ajudá-lo a falar?
(Erick)- Põe uma letra cantora do lado dele.
Fizemos o que o colega disse. Eles adoraram. Ficavam trocando a vogal do "EME" e lendo a sílaba formada.
Assim, oportunizei meus alunos a pensarem, sendo rápidos e precisos e eu disse tão pouco, e consegui questioná-los durante todo o tempo, fazendo com que nosso diálogo fosse consistente, inteligente, colaborativo e muito significativo para eles.
Esse exercício, tanto para mim quanto para eles, foi uma poderosa forma socializadora de solucionar nossos problemas, de dar-nos mais segurança no processo formador de meus alunos e de minha prática mais questionadora.
Podemos, colegas, mantermo-nos, como as crianças, curiosos e abertos ao novo, à criação. É um gostoso exercício.
“Estimular a pergunta, a reflexão crítica sobre a própria pergunta, o que se pretende com essa ou com aquela pergunta em lugar da passividade em face das explicações discursivas do professor, espécies de respostas a perguntas que não foram feitas. Isso não significa realmente que devamos reduzir a atividade docente em nome da defesa da curiosidade necessária, a puro vai-e-vem de perguntas e respostas, que burocraticamente se esterilizam. A dialogicidade não nega a validade de momentos explicativos, narrativos em que o professor expõe ou fala do objeto. O fundamental é que professor e alunos saibam que a postura deles, do professor e dos alunos, é dialógica, aberta, curiosa, indagadora e não apassivada, enquanto fala e enquanto ouve. O que importa é que professor e alunos se assumam epistemologicamente curiosos." (Paulo Freire, p.86-Pedagogia da Autonomia)
domingo, 8 de junho de 2008
Projetos Interdisciplinares
Convidamos invernadas artísticas de outras escolas para apresentarem-se para nossa comunidade escolar.
Visitamos CTGs e participamos de suas programações artísticas. Refletimos com os alunos sobre a realidade política e social da Revolução Farroupilha, procurando não mitificar seus personagens.
Organizamos peças teatrais sobre as lendas gaúchas \"A lenda do Primeiro Gaúcho\", \"Negrinho do Pastoreio\", \"A Carreta de Ouro\". Para realizar com beleza e caracterização os personagens envolvemos as famílias dos alunos na confecção da indumentária e do cenário.
Semanalmente, na \"Hora do Conto\" na Biblioteca todas as turmas tomam conhecimento dessas lendas e da cultura gaúcha propriamente dita, reforçando o que é visto e falado em sala de aula.
Estudamos o vocabulário gaudério e os ditados gauchescos ( \"Mais perdido do que cusco em procissão\" ) desde o Pré até a 4ª série, bem como a formação do povo gaúcho, respeitando o interesse e a faixa etária da criança.
Localizamos Gravataí no RS, o RS no Brasil, o Brasil no mundo. As crianças podem frequentar a escola pilchados, na medida de suas possibilidades. Há rodas de chimarrão, onde uma turma convida outras para participar, bem como a seus pais, onde também são preparadas as contações de causos.
É na \" Hora do Conto\" na Biblioteca que os alunos planejam as exposições artísticas e de suas produções escritas.
Algumas turmas preparam danças: Cana Verde, Pezinho, Balaio,etc. e apresentações musicais tanto de músicas gauchescas quanto referentes à imigração alemã e italiana, resgatam brincadeiras folclóricas introduzidas pelos imigrantes.
Envolvimento da família:
* Em 2005, partindo do conto \" A lenda da Carreta de Ouro\", os alunos foram convidados a confeccionarem, com a ajuda de suas famílias, uma carreta de qualquer material, tamanho e acessórios . na culminância desse projeto dá-se as apresentações artísticas e as exposições com a visitação de toda a comunidade escolar.
*Em 2006, partindo da peça teatral \"Lenda do primeiro Gaúcho\" todas as turmas com suas famílias confeccionaram para exposição bonecos e bonecas de pano vestidos com pilcha. Recebemos 91 bonecos para exposição numa realidade de 340 alunos(incluindo irmãs e irmãos).
São alguns exemplos de um Projeto de Estudos Sociais interdisciplinar, socializador, extremamente cultural e regional numa escola pública.
Continuando a abordar sobre Projetos de Estudos Sociais interdisciplinares, coloco sobre outro projeto anualmente desenvolvido em minha escola, no mês de julho sobre os avós, sendo todas as turmas envolvidas, bem como toda a comunidade escolar. Relato algumas atividades que realizamos:
*Avós são convidados a participarem da sala de aula contando suas histórias de vida ou folclóricas (Contação de Histórias), para falar de sua origem, sua visão sobre os dias de hoje e seu tempo de infância, para ensinar as crianças pequenas alguma brincadeira folclórica, para participar de jogos e de gincanas previamente preparadas pelas crianças sobre a orientação do professor. Cada turma estabelece essa participação conforme seus interesses e possibilidades. Os avós que não podem participar respondem enrevistas em suas casas que são lidas e debatidas, enviam fotos de seu tempo de criança, de jovem e que são colocadas nos murais de sala de aula.Fazemos questão da participação na sala de aula de avós brancos, negros, ciganos, dependendo das famílias que temos no ano.
*Há turmas que preparam adaptações teatrais sobre os livros infantis com o auxílio da Bibliotecária: A Velhinha que dava nome às coisas, de Cynthia Ryland (abordando sobre a solidão do idoso), A colcha de retalhos, de Silva e Silva (fala a relação de avós e netos no resgate da memória), O menino e seu amigo, de Ziraldo (onde o autor escreve com delicadeza e afeto sua relação com seu avô), Vovó Delícia, também de Ziraldo (uma homenagem do autor às vovós modernas e descoladas, Guilherme Augusto Araújo Fernandes ( A história de um menino que mora ao lado de um asilo e faz de tudo para devolver a memória de uma velhinha sua amiga, um exemplo de amizade, afeto e respeito aos idosos);
* Visitações a asilos, organizadas por um grupo de crianças de várias idades, levando guloseimas e outros presentes necessários aos idosos, trazidos de casa, bem como conversas por algum tempo com eles, fazem algumas apresentações.
*Discussões sobre os problemas enfrentados pelos idosos em nossa socieade, o que nossa cidade oferece para a terceira idade e como podemos transformar essa realidade em casa e em nosso entorno.
*Englobamos também durante o projeto conteúdos de matemática e ciências, por exemplo, \\\\\\\"Doenças da Terceira Idade\\\\\\\", histórias matemáticas envolvendo as 4 operações.
*As redações sobre o tema abordado em seus diversos enfoques são cobradas dos alunos ao final de todas essas vivências para que tenham conteúdo e conhecimento para escrever.
*A culminância desse projeto é o \\\\\\\"Chá da Vovó\\\\\\\" oferecido pelo nosso CPM para os alunos e seus avós, organizado previamente no turno da tarde, onde ocorre as apresentações e exposição dos trabalhos confeccionados pelas crianças. Durante o Chá do ano passado, uma avó tocou teclado e cantou com sua neta do
Primeiro Ano músicas antigas e modernas.
"Ao sistematizar o ensino do conhecimento, os currículos escolares ainda se estruturam fragmentadamente e muitas vezes seus conteúdos são de pouca relevância para os alunos, que não vêem neles um sentido.
É importante deixar claro que a prática docente, ao adotar a interdisplinaridade como metodologia no desenvolvimento do currículo escolar, não significa o abandono das disciplinas nem supõe para o professor uma “pluri-especialização” bem difícil de se imaginar, com o risco do sincretismo e da superficialidade. Para maior consciência da realidade, para que os fenômenos complexos sejam observados, vistos, entendidos e descritos torna-se cada vez mais importante a confrontação de olhares plurais na observação da situação de aprendizagem. Daí a necessidade de um trabalho de equipe realmente pluridisciplinar.
A contextualização, outro princípio pedagógico que rege a articulação das disciplinas escolares, não deve ser entendida como uma proposta de esvaziamento, como uma proposta redutora do processo ensino aprendizagem, circunscrevendo-o ao que está no redor imediato do aluno, suas experiências e vivências. Um trabalho contextualizado parte do saber dos alunos para desenvolver competências que venham a ampliar este saber inicial. Um saber que situe os alunos num campo mais amplo de conhecimentos, de modo que possam efetivamente se integrar na sociedade, atuando, interagindo e interferindo sobre ela.
Os princípios da identidade, diversidade e autonomia redefinem a relação a ser mantida entre os sistemas de ensino e as escolas. Essa proposta não deve ser entendida como ausência ou omissão do Estado. Ao contrário, a identidade e a autonomia das escolas são exercidas no contexto constituído por diretrizes gerais de ação e assessoramento à implantação das políticas educacionais, o que exige dos sistemas educacionais (federal, estaduais ou municipais), para que a autonomia não se configure como descaso ou abandono, a definição de diretrizes de uma política educacional que reflita as necessidades e demandas do sistema, em consonância com as Diretrizes Nacionais e a estruturação de mecanismos de supervisão / assessoramento, acompanhamento e avaliação dos resultados do desempenho das escolas.
É importante ressaltar que essa autonomia implica em planejamento conjunto e integrado da escola, expressão de um compromisso tácito entre os agentes envolvidos sobre objetivos compartilhados, considerando a especificidade, as necessidades e as demandas de seu corpo docente e discente, criando expressão própria e local ao disposto na base nacional comum.
Esses pressupostos justificam e esclarecem a opção pela organização do currículo em áreas que congregam disciplinas com objetos comuns de estudo, capazes, portanto de estabelecer um diálogo produtivo do ponto de vista do trabalho pedagógico, e que podem estabelecer também um diálogo entre si enquanto áreas.
Ao ser mantida uma disciplinarização, existente ainda nos currículos escolares, a organização da escola se mantém inflexível, o que dificulta uma prática docente mais articulada e significativa para os alunos. As aulas se sucedem de acordo com uma “grade” curricular em tempos sucessivos, tratando de temas dissociados um dos outros.
Várias iniciativas de articulação dos conhecimentos escolares têm sido realizadas. Um dos modelos de integração disciplinar é a multidisciplinaridade: o mesmo tema é tratado por diferentes disciplinas, em um planejamento integrado. Outro método de trabalho didático é aquele em que o currículo se constitui ou se desenvolve em uma série de projetos que problematizam temas da sociedade, que tenham interesse para o grupo.
Uma articulação possível é a de diversos campos de conhecimento, a partir de eixos conceituais. Uma metodologia importante de trabalho didático é a que se dá através de conceitos, como tempo, espaço, dinâmica das transformações sociais, a consciência da complexidade humana e da ética nas relações, a importância da preservação ambiental, o conhecimento básico das condições para o exercício pleno da cidadania. A articulação do currículo a partir de conceitos-chave, sem dúvida, dá uma organicidade ao planejamento curricular.
É necessário um planejamento conjunto que possibilite a eleição de um eixo integrador, que pode ser um objeto de conhecimento, um projeto de intervenção e, principalmente, o desenvolvimento de uma compreensão da realidade sob a ótica da globalidade e da complexidade, uma perspectiva holística da realidade."( Fundação Darcy Ribeiro)
quinta-feira, 29 de maio de 2008
Como abordaria o Rio Grande do Sul em minhas turmas de 1º ano
Do ano de 2002 ao ano de 2007, trabalhei com 2ª série do ensino de oito anos. Nesse ano, estou atuando em duas turmas de 1º ano do ensino de nove anos. Por isso, enumerei as questões que considero desafiadoras sobre o Rio Grande do Sul para abordar na série onde estou atuando, hoje:
1. Sotaques e vocabulários gauchescos que ouvimos em nossa casa, em nossa vizinhança,... (Eu me criei ouvindo minha avó materna falando certas palavras totalmente e ricamente gaudérias, como: barbaridade, barafusta, cusco, derreado, andarengo, bochincho, cabresto, causo, cosca, palanque, etc., que nunca foram exploradas por meus professores nas séries iniciais. Nunca tomei chimarrão na escola primária)
2. Influência dos vários grupos étnicos que formaram o povo gaúcho em nossa cultura familiar (índios, espanhóis, portugueses, italianos, alemães, negros, ciganos, pois tenho três alunos ciganos no turno da manhã, etc.): culinária, tipos de moradia, festas, comemorações, vocabulário, crenças, simpatias, ditados populares, danças e outras.
3. Que tipo humano de gaúchos e gaúchas nós somos? Qual a nossa descendência? Sempre contando com a participação familiar do aluno e da comunidade, quando se fizer necessário.
4. Iniciação da alfabetização cartográfica do aluno. Desenho de planta baixa de pequenos objetos da sala de aula, uso de legendas simples que representem, por exemplo, a planta baixa da sala de aula e do seu quarto. Localização de Gravataí dentro do Rio Grande do Sul, perto da Capital do Estado.
5. Passeio pelas ruas da comunidade escolar para entrevistar moradores sobre sua descendência.
6. Visitar CTGs e Museus Históricos que mostrem a cultura gaúcha e sua influência étnica (Museu Júlio de Castilhos, por exemplo).
7. Entrevista com tradicionalistas pilchados que apresentem e expliquem as indumentárias gaúchas, suas várias origens e utilizações.
8. Montar com a ajuda da família do aluno a “Caixa” com elementos que contem a sua história de vida, sua formação étnica (fotos da criança, da família, na escola, cópia da certidão de nascimento, primeiro dente de leite que caiu, cordão umbilical, brinquedos, roupinhas de bebê, etc.), construindo a idéia de tempo, espaço e formação).
9. Socializando na “Rodinha” tudo o que for por nós trabalhado sobre nosso Estado.
10. História da música: Trabalhar, de acordo com sua faixa etária, a biografia e a obra de compositores gaúchos importantes: Lupicínio Rodrigues, Teixeirinha, Gildo de Freitas.
11. Personagens gaúchas importantes: Getúlio Vargas, Leonel Brizola, Elis Regina, etc.
12. Investigações em casa: Por que meu familiar não freqüentou escola? Por que meu familiar está desempregado?
13. Folclore: brinquedos, brincadeiras, travalínguas, lendas gauchescas, músicas, danças (Pezinho, Cana Verde, Balaio) etc.
14. Gênero: Por que só falamos em gaúchos? Não há gaúchas no Rio Grande do Sul? Será que menino não brinca de boneca? Não usa rosa? Não chora? Menina joga futebol? Brinca de carrinho?
15. Clima de nossa cidade comparado com o clima de outros municípios gaúchos? Onde cai neve no Rio Grande do Sul?
16. Problemas ambientais de nosso entorno: prováveis causas, buscando soluções, envolvendo a comunidade escolar.
17. Socializar experiências sobre suas viagens e passeios em outros municípios gaúchos.
18. Hino do Rio Grande do Sul
“...qualquer sociedade poderá evitar a dissolução enquanto for capaz de manter a integridade de seu núcleo cultural.” (Barbosa Lessa- Jornal do Nativismo)
“Temos de explorar trilhas para nossa cultura, não limitar com trilhos.” (Paixão Côrtes- Página do Gaúcho)
“A cultura é constituída pelo conjunto dos saberes, fazeres, regras, normas, proibições, estratégias, crenças, idéias, valores, mitos, que se transmite de geração em geração, se reproduz em cada indivíduo, controla a existência da sociedade e mantém a complexidade psicológica e social. Não há sociedade humana arcaica ou moderna, desprovida de cultura, mas cada cultura é singular. Assim, sempre existe a cultura nas culturas, mas a cultura existe apenas por meio das culturas.” (Edgar Morin-p. 56- os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro”)
Teixeirinha - Querência Amada